sexta-feira, 30 de abril de 2010

Caminhar. Simplesmente caminhar! Sem se preocupar!


Simplesmente pela vontade de ir!
Teve esse impulso. Cansou da estagnação!
Precisava ir, sair dali, ficar longe daquelas situações e daquelas pessoas.
Correr. Andar. Sobreviver!

Saiu prá rua!
Prá onde ir?! Onde chegar?!
Não queria saber. Queria sim, ao menos uma vez na vida, não se cobrar mais de nada. Do que dizer, prá quem dizer e o por quê de dizer! Até o porque ter de dizer!

Por nada!

Vontade de ir!
Ir, simples assim...

No caminho, alguém o pára.
"Prá onde vai?!" - Pergunta o interlocutor.
"Não sei!" - Responde nossa personagem!
"Como assim, não sabe?!"

A resposta é um sorriso forçado, esboçado no cantinho do rosto.
Pensara com ele mesmo: "Por que ele quer saber?! Ele nem precisa!"

Sem mais, ele continua caminhando. Cansara de dar resposta à tudo e à todos. Chegava por ali.
Bastava. Finito.

O celular toca.
Mas nem a preocupação de saber quem era o abalou.

Num ímpeto, o aparelho já havia voado para longe.

Quem era?! O que queria?! O que importava?!

Queria apenas andar. Prá onde?!

Prá lugar nenhum. Não queria chegar à lugar nenhum! A vida inteira havia sido planejado cada passo. Cada caminho. Estava cansado daquilo.

Nem que chegasse do outro lado do mundo, não havia problema! Continuaria caminhando, até suas pernas não mais aguentarem.

E onde estavam todos?! Onde ficou a segurança daqueles que ele amara há tanto?!

Passado. Caminhar. Sozinho. Caminhar sem desistir.

Passava por lugares conhecidos! Lugares desconhecidos. Pensava que se não tivesse aquela atitude de sair andando à esmo, jamais viria aquelas cenas. Cenas do cotidiano, mas que geralmente passam despercebidos para a maioria das pessoas. Diariamente.

Os santos e os poetas prestam atenção na vida enquanto a vivem.

E lá ia! Prá não chegar a lugar nenhum.

"Mas é interessante não saber prá onde vai?", perguntaria o preocupado.
O silêncio seria a resposta.
Tornar-se adulto é arcar com as consequências das escolhas feitas ao longo da vida.
Por medo, imagina quando ele chegasse aos 70, e olhasse prá trás e pensasse que, por causa do que diriam, não teria feito determinada coisa...

Aos 70, há muito já não se importa mais o que pensam ou falam de você.

E por quê hoje isso parece tão importante?! Coisas do tempo.
Tempo Chronos! Porque o Kairós é bem diferente!

Chegou. Onde?! A lugar nenhum.
Decidiu que aquele, naquele dia, seria seu ponto de chegada.
Sem porquês. Nem explicações.
Apenas chegou. Mas logo partiria novamente.

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