sexta-feira, 2 de junho de 2017

Sobre "13 Reasons Why"


Hoje ainda era ontem quando comecei a escrever esse texto. Na real nem sei se terminarei hoje e continuarei no dia da postagem (ou seja, 02 de junho), ou como será. O importante é escrever. 


Pelo título do post, você já deve ter matado a charada. Falo da série "13 Reasons Why", que está disponível na Netflix.  


Vi essa série num final de semana. Ela tem, como você deve imaginar, 13 episódios. Fala sobre os motivos que levaram uma jovem ao suicídio. 
Hannah era linda. Tinha de tudo para ser a mais popular da escola. Mas não era o quê acontecia. Era do tipo que acreditava demais mas pessoas. Parece que não enxergava os lobos no meio das ovelhas. Sofreu pakas, e resolveu dar cabo da própria vida, não se antes gravar fitas K7, explicando o por quê de ter chegado a essa decisão. 

[EDIT 02/06/2017 - 00h47]
Resolvi colocar o trailer da série pra você curtir aqui!
Direitos reservados à Netflix Brasil.

Trabalhei com jovens durante quase 14 anos, e lembro que vi em muitos, muitas características dessa menina da série. Graças à Deus nenhum dos jovens com quem trabalhei não chegou a cometer o suicídio. 
Sim. Alguns não estão mais conosco, mas por motivos de escolhas erradas e que levaram essas pessoas à tristes fins. 

Mas esse não é o foco. 

Parece que foi ontem que vi pela primeira vez o trailer dessa série. Me chamou a atenção logo de cara. Porque parecia tratar (e trata mesmo) das emoções de muitas pessoas. De sonhos, expectativas, ilusões, desilusões. 
Não sei se por ter tendência à depressão (há vários casos na minha família e eu mesmo já tive), me identifiquei bastante, principalmente com os castelos que ruíram. Mas isso no âmbito geral. 

É só olhar a pouca vergonha que tá a zona da política nesse país, que o desânimo já bate. 
Voltando ao foco... 
Grudei na tela do note e comecei a contar os dias até a estréia da série. 

E, de verdade: quando ela estreou, olhei pelo prisma de que seria muito bem vista por todos, por alertar sobre o problema de muitas vezes nos tratarmos como lixo, e acharmos isso normal. Pelo menos, eu vi por esse lado! 

Mas não! 

Deixo claro que não tenho conhecimento acadêmico em relação à psicologia. Por isso, no início, não entendi como a série poderia ser nociva à algumas pessoas. Existem, segundo os especialistas, "gatilhos" na série que podem levar alguns indivíduos a acreditar que o fim da Hannah seria um bom fim para eles também. 

E vi uma galera descendo o cacete na produção. Pensei "Ué! Estamos falando da mesma série?!" 

Só posso falar do quê senti ao assistir. 

Como comentei em algumas redes sociais de séries, era impossível, no decorrer de 13 Reasons, não ver os episódios com um nó na garganta e lágrimas nos olhos. 
A gente se "apega" à menina. Faz não querermos acreditar que ela tenha cometido o quê cometeu. Tipo, a gente tem até vontade de estar na vida dela pra ser parça, dar aquela força, e impedir o desfecho. 

Aí a gente lembra que ela já morreu, e o quê nos aproxima, são as fitas. E você acaba torcendo para que o personagem principal (depois dela) não tenha feito nada de tão grave pra ela, a ponto de o mesmo ser digno de estar numa das fitas. 
Tem cenas pesadíssimas sim. A Netflix avisa no início desses episódios. Se não me engano, os avisos começam no oitavo episódio. 
Por isso, aconselho à quem quiser ver, extrema cautela. 

Penso que os educadores deveriam ver. Acredito que ajudaria e muito a tratar do assunto do bullying no meio do aprendizado e tals, mas parece que nem eles mesmos se interessaram tanto, pelo motivo de a série ser meio "arrastada".  



Se você que me lê trabalha de alguma maneira com crianças, adolescentes e jovens, fica a dica: veja a série.  


À mim, a mensagem foi "Márcio, trate melhor as pessoas, principalmente aquelas que parecem não ter importância alguma pra você, e que vira e mexe, solicita um pouco de sua atenção". 
O padre Léo, do qual já falei várias vezes sai no blog, sempre dizia que "ninguém é como é porque quer". Em algumas situações, isso é verdade. Já em outras, pelo quê percebi nesses anos, nem sempre. Muitos parecem gostar mesmo de ir pro buraco. 

Como não é disso que tô falando, 'xá pra lá. 

Amei a série. Lembra bastante o filme "As vantagens de ser invisível", que recomendo fortemente também. 

Acho que ter tido tanto contato com pessoas durante tanto tempo, no intuito de tentar ajudá-las e ser ajudado, me fez gostar de histórias assim. Histórias de superação, mesmo que a muito custo. 

É um enredo triste, mas que a meu ver, leva à reflexão. É a dica que deixo hoje. 
vídeo de hoje é de uma música que faz parte da trilha sonora oficial. Lord Huron, "The night we met". 

Ela transmite bem o tom do quê a série é. 
Tenha uma ótima sexta-feira. 
E não sejamos um por quê. 

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